Igreja velha de Joane antes de 11 de Março de 1978
Na madrugada de 11 de Março de 1978, quando as máquinas avançaram sobre as paredes da igreja paroquial, reduzindo-a a um amontoado de destroços e pó, um coro de protestos e de vozes indignadas soou por todo o país. Ninguém compreendia, e muito menos aceitava, que fosse possível destruir uma igreja românica, cuja antiguidade ultrapassava a da própria nacionalidade portuguesa, e que dois frescos, classificados como imóveis de interesse público, fossem destruído e deitado ao lixo.Localizados na nave norte por detrás do altar da Santíssima Trindade, tais pinturas surgia com a primitiva edificação ocorrida entre os séculos XI e XII.
A Igreja Velha de Joane era um templo constituído por duas naves, separadas por uma arcaria travada transversalmente na zona dos altares-mores por uma outra arcaria, e guarnecida com dependências anexas a nascente e a norte.
A igreja velha apresentava elementos arquitectónicos de características muito diversas, referentes a períodos diferentes e sinas de profundas alterações.
A primitiva igreja, seria uma só nave, com abside da qual à data da demolição não havia vestígios, correspondendo à nave norte.
Um templo simples, conventual ou paroquial, de planta basilical simples, com paredes de granito, cobertura em telha sobre estrutura de madeira, decoração reduzida.
A verdade é só uma; a bela velha igreja foi demolida e o que resta é uma torre que está a precisar de restauro e um jogo de culpas que rodopia em torno do poder eclesiástico.
Quem confiara poderes a essa comissão de cidadãos que ninguém elegeu e quem é que eles, consultaram antes de tomar a decisão?
A Torre da antiga Igreja. Uma sobrevivente que resiste de pé, lado a lado da Igreja nova.