quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bernardino Machado, viveu em Joane

Bernardino Luís Machado Guimarães, nasceu no rio de Janeiro, em 28 de Março de 1851, tendo optado pela nacionalidade portuguesa logo que atingiu a maioridade. A família de Bernardino Machado regressa a Portugal em 1860, estabelece residência na freguesia de S. Salvador de Joane (Concelho de Vila Nova de Famalicão). Instala-se na Casa da Torre de Cima, e, posteriormente, transfere moradia para o centro da vila.
Formou-se em filosofia na Universidade de Coimbra, sendo um aluno brilhante, que por várias vezes foram atribuídos prémios académicos. Em 1879 iniciou a sua vida como professor catedrático na Universidade de Coimbra, profissão que se dedicou vários anos. A dedicação à instrução pública não se manifestou apenas na forma como desempenhou o lugar de professor, reflectido-se no papel activo como político e nos esforços que desenvolveu relativamente ao ensino e na legislação de carácter educacional e instrutivo. Bernardino Machado filiou-se no Partido Regenerador, integrado, no qual foi eleito deputado em 1882, pelo circulo de Lamego, tendo o seu papel como parlamentar se destacado na instrução pública. Três anos mais tarde fez parte do ministério presidido por Hintze Ribeiro, ocupando a pasta das Obras Públicas, não se esquecendo da instrução tendo criado mais escolas industriais. Notória foi a sua acção no campo laboral, no que se refere ao trabalho das mulheres e menores nas fábricas, às bolsas de trabalho e à criação do primeiro Tribunal do Trabalho, o Tribunal dos Árbitros Avindores. Depois desta passagem pela política faz uma pausa na sua actividade política regressando ao ensino na Universidade de Coimbra regendo a cadeira de Antropologia, sendo ainda eleito presidente do Instituto de Coimbra e criado um importante museu. O espirito revolucionário e democrático de Bernardino Machado não o deixou por muito tempo arredado das lides políticas. Os seus ideais progressistas acabaram por lhe impor um corte com o Partido Regenerador e a declarar-se republicano. Pouco tempo depois tornou-se um dos membros mais destacados e influentes do novo Partido Republicano, tendo sido eleito presidente do directório em 1902. A sua posição de poder como era na Universidade, por outro lado os seus ideais democráticos e republicanos contrários ao regime, haviam de lhe trazer dissabores. Foi aquando da greve académica de 1907, durante a qual Bernardino Machado se colocou ao lado dos estudantes protegendo-os e animando-os à luta, posição que lhe valeu ter de resignar ao seu lugar de lente na Universidade. Com o seu aparecimento Bernardino Machado passou a ter um papel mais destacado na política nacional. No governo provisório integrou a pasta dos Negócios Estrangeiros, tendo sido fundamental a sua acção diplomática para o rápido reconhecimento da República nos diversos países. Em 1911 foi deputado à Assembleia Constituinte, membro do primeiro Senado da República, Presidente do Ministério e Ministro do Interior em 1914. Ministro de Portugal no Rio de Janeiro e mais tarde embaixador. 1915 foi o ano em que foi eleito Presidente da República, cargo que ocupou até à vitória do movimento sidronista, em 1917. 1925 foi de novo Chefe de Estado e igualmente deposto pelo golpe do 28 de Maio, altura que partiu para exílio donde só regressou em 1940, aquando da invasão da França, durante a 2ª Guerra Mundial. Homem que nunca usou da política para se servir a si próprio, que pela fidelidade que sempre teve aos ideais que defendia se viu arredado do ensino, porque era coerente e honesto e não bajulador. Recusou cargos como o de Reitor da Universidade para qual foi convidado várias vezes.