Bernardino Luís Machado Guimarães, nasceu no rio de Janeiro, em 28 de Março de 1851, tendo optado pela nacionalidade portuguesa logo que atingiu a maioridade. A família de Bernardino Machado regressa a Portugal em 1860, estabelece residência na freguesia de S. Salvador de Joane (Concelho de Vila Nova de Famalicão). Instala-se na Casa da Torre de Cima, e, posteriormente, transfere moradia para o centro da vila.
Formou-se em filosofia na Universidade de Coimbra, sendo um aluno brilhante, que por várias vezes foram atribuídos prémios académicos. Em 1879 iniciou a sua vida como professor catedrático na Universidade de Coimbra, profissão que se dedicou vários anos. A dedicação à instrução pública não se manifestou apenas na forma como desempenhou o lugar de professor, reflectido-se no papel activo como político e nos esforços que desenvolveu relativamente ao ensino e na legislação de carácter educacional e instrutivo. Bernardino Machado filiou-se no Partido Regenerador, integrado, no qual foi eleito deputado em 1882, pelo circulo de Lamego, tendo o seu papel como parlamentar se destacado na instrução pública. Três anos mais tarde fez parte do ministério presidido por Hintze Ribeiro, ocupando a pasta das Obras Públicas, não se esquecendo da instrução tendo criado mais escolas industriais. Notória foi a sua acção no campo laboral, no que se refere ao trabalho das mulheres e menores nas fábricas, às bolsas de trabalho e à criação do primeiro Tribunal do Trabalho, o Tribunal dos Árbitros Avindores. Depois desta passagem pela política faz uma pausa na sua actividade política regressando ao ensino na Universidade de Coimbra regendo a cadeira de Antropologia, sendo ainda eleito presidente do Instituto de Coimbra e criado um importante museu. O espirito revolucionário e democrático de Bernardino Machado não o deixou por muito tempo arredado das lides políticas. Os seus ideais progressistas acabaram por lhe impor um corte com o Partido Regenerador e a declarar-se republicano. Pouco tempo depois tornou-se um dos membros mais destacados e influentes do novo Partido Republicano, tendo sido eleito presidente do directório em 1902. A sua posição de poder como era na Universidade, por outro lado os seus ideais democráticos e republicanos contrários ao regime, haviam de lhe trazer dissabores. Foi aquando da greve académica de 1907, durante a qual Bernardino Machado se colocou ao lado dos estudantes protegendo-os e animando-os à luta, posição que lhe valeu ter de resignar ao seu lugar de lente na Universidade. Com o seu aparecimento Bernardino Machado passou a ter um papel mais destacado na política nacional. No governo provisório integrou a pasta dos Negócios Estrangeiros, tendo sido fundamental a sua acção diplomática para o rápido reconhecimento da República nos diversos países. Em 1911 foi deputado à Assembleia Constituinte, membro do primeiro Senado da República, Presidente do Ministério e Ministro do Interior em 1914. Ministro de Portugal no Rio de Janeiro e mais tarde embaixador. 1915 foi o ano em que foi eleito Presidente da República, cargo que ocupou até à vitória do movimento sidronista, em 1917. 1925 foi de novo Chefe de Estado e igualmente deposto pelo golpe do 28 de Maio, altura que partiu para exílio donde só regressou em 1940, aquando da invasão da França, durante a 2ª Guerra Mundial. Homem que nunca usou da política para se servir a si próprio, que pela fidelidade que sempre teve aos ideais que defendia se viu arredado do ensino, porque era coerente e honesto e não bajulador. Recusou cargos como o de Reitor da Universidade para qual foi convidado várias vezes.